quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Documentário

Conceito e processo de produção – SK8.30°
Por Nathalia Cavalcante
O documentário “SK8.30°” tem como objetivo apresentar a história da Praça do Redentor, mais conhecida como Praça do Gaúcho. O local foi inaugurado há 35 anos e, desde então, recebe os amantes do skate. A escolha pelo título partiu da necessidade de apresentar um nome que identificasse o esporte, aliando também, a uma característica da pista, constatada durante o processo de realização do documentário. Dessa forma, foi cotado “SK8.30°”. A grafia “SK8” é conhecida entre os skatistas. Lê-se skate. Já “30°” foi incorporado ao título como sinônimo de três décadas de pista, ângulo para manobras e calor, relacionado à amizade, fator predominante no local.
Outro ponto que justifica a realização do documentário está ligado à necessidade de relatar que a pista é um ambiente de amizade, que recebe frequentadores apaixonados pelo skate. Além disso, pretende desconstruir a imagem que, possivelmente carrega, ou seja, de ser um local que recebe pessoas “desocupadas”.
Para isso, ao mostrar a história da pista são discutidos quatro pontos: Inauguração, popularização, profissionalização e destaque atual. Com isso, foi realizado um novo tratamento no roteiro literário. A partir desse momento, o narrador não se faz presente. Os entrevistados expõem a história e suas experiências na pista.

De acordo com Bill Nichols, em Introdução ao documentário, “o modo expositivo dirige-se ao espectador diretamente, com legendas ou vozes que propõem uma perspectiva, expõem um argumento ou recontam a história. Os filmes desse modo adotam o comentário com voz de Deus (o orador é ouvido, mas jamais visto) (...) ou utilizam o comentário com voz da autoridade (o orador é ouvido e também visto)”. (NICHOLS, p.142).
No documentário “SK8.30°” foi empregado o segundo aspecto do modo expositivo. Isso significa que são apresentados entrevistados que contam suas histórias, suas vozes e imagens são predominantes. “Os documentários expositivos dependem muito de uma lógica informativa transmitida verbalmente. Numa inversão da ênfase tradicional do cinema, as imagens desempenham papel secundário. Elas ilustram, esclarecem, evocam ou contrapõem o que é dito. (...) Portanto, presume-se que o comentário seja de ordem superior à das imagens que o acompanham”. (NICHOLS, p. 143).
Logo, foi adotado como conceito o modo expositivo, pelo fato de serem empregadas no documentário, apenas vozes e imagens dos entrevistados. Eles apresentam o tema, sem que haja interferência de uma voz-over. No “SK8.30°”, a fala exerce papel fundamental para a exposição do assunto proposto. As imagens inseridas complementam as vozes.

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